terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Japão vive pior crise econômica desde a 2ª Guerra Mundial

A economia do Japão está atravessando sua pior crise desde o final da guerra, afirmou nesta segunda-feira o ministro de Política Econômica e Orçamentária, Kaoru Yosano, após divulgação de cifras que apontam que o país sofre a maior contração em 35 anos.
"Esta é a pior crise desde o final da guerra. Não resta dúvidas", declarou Yosano à imprensa.
Segundo cifras oficiais divulgadas nesta segunda-feira, a economia japonesa sofreu no quatro trimestre de 2008 a pior contração desde 1974, com uma queda de 12,7% do Produto Interno Bruto (PIB).
"A economia japonesa, cujo crescimento depende muito das exportações de automóveis, maquinário e equipamentos de informação, ficou literalmente arrasada pela crise", afirmou ainda Yosano.
"O Japão será incapaz de superá-la sozinho. As fronteiras não existem na economia. Nossa economia arrancará de novo ao mesmo tempo que os outros países", acrescentou o ministro, para quem "reconstruir a economia é uma questão de responsabilidade frente aos outros países".
Este foi o terceiro trimestre consecutivo de crescimento econômico negativo no Japão.
Este retrocesso do PIB da segunda economia mundial e primeira da Ásia é o mais forte desde a queda de 13,1% em ritmo anual registrada no primeiro trimestre de 1974, em plena crise do petróleo.
Os economistas esperavam por uma contração de 11,6% a ritmo anual, e de 3% em relação ao trimestre anterior, segundo uma pesquisa realizada pelo jornal Nikkei com 22 especialistas.
O Japão se encontram oficialmente em recessão desde o terceiro trimestre de 2008, quando sua economia retrocedeu 0,6% em relação trimestre precedente, depois de uma contração de 0,9% no segundo trimestre.
Segundo a imprensa japonesa, o governo prepara um novo pacote de estímulo econômico para combater essa situação.
O primeiro-ministro, Taro Aso, deve encarregar nesta segunda-feira o Partido Liberal Democrata (LDP) o início dos trabalhos para apresentar em abril um orçamento adicional ao Parlamento, com o objetivo de financiar o terceiro plano de reaquecimento desde o fim de 2008, informaram o jornal Yomiuri Shimbun e o canal de TV público NHK.
Alguns integrantes do governo defendem uma ajuda substancial, que poderia chegar a US$ 109 bilhões.
"Devemos atuar de forma contundente. Devemos fazer algo drástico", declarou Yoshihide Suga, muito ligado ao premier.
O pacote definiria o financiamento de grandes projetos públicos como a reconstrução de aeroportos e outras infraestruturas, ao mesmo tempo que estimularia o desenvolvimento de empresas com projetos ecologicamente corretos.
Como reflexo do anúncio desta segunda-feira, a Bolsa de Tóquio encerrou a sessão em baixa de 0,38%. O índice Nikkei 225 perdeu 29,23 pontos, a 7.750,17 unidades.

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